O núcleo museológico Lagar do Avô, localizado em Freixo de Numão, na bela região do Alto Douro, mantém o seu horário de funcionamento de sexta-feira a domingo, entre as 10h e as 18h. Contudo, para garantir uma visita tranquila e bem organizada, é necessário realizar marcações prévias com alguma antecedência.

Este pequeno espaço museológico particular, sem fins comerciais, tem como principal objetivo a preservação e divulgação do património cultural local. O proprietário, apaixonado pela história e tradições da região, é quem realiza as visitas guiadas com entusiasmo.

As instalações do Lagar do Avô têm capacidade limitada e, por isso, são privilegiados os grupos familiares com, no máximo, 6 a 8 elementos. Recebemos os nossos visitantes num ambiente acolhedor e familiar, proporcionando visitas guiadas personalizadas. Querendo chegar a um público bastante diversificado e proveniente de diferentes países, disponibilizamos visitas orientadas por QR codes em várias línguas, incluindo inglês, espanhol e francês.

Além da exposição permanente sobre a história do Lagar e das tradições locais, o espaço oferece ainda uma experiência imersiva na cúpula geodésica, uma estrutura construída de forma sustentável junto ao Lagar. Através de uma dupla projeção, aconselhamos 7 locais de interesse arqueológico e cultural a visitar na zona ocidental do concelho de Foz Côa, enriquecendo assim o conhecimento dos visitantes sobre a região. Como gesto de hospitalidade, oferecemos aos visitantes um cálice de Numantinu, um licor produzido na Adega Cooperativa de Freixo de Numão.

O Lagar do Avô tem sido bem-sucedido na promoção e divulgação da cultura e do património local, deixando uma impressão duradoura em todos os que o visitam. Não tendo qualquer tipo de apoio financeiro, enfrentamos alguns desafios, nomeadamente a atual impossibilidade de assegurar atividades de animação cultural ou serviço educativo.

Contudo, temos planos para o futuro. Tencionamos criar um espaço polivalente que inclua auditório, galeria e serviços complementares como aluguer de bicicletas e passeios com burros, certos de que esses equipamentos e serviços nos permitirão atender às necessidades de públicos mais diversificados. Estamos cientes dos desafios do turismo e da importância de preservar a identidade cultural e o património natural da região, evitando a massificação e a descaracterização dos espaços.

Entendemos que o turismo não é uma mina de ouro inesgotável. Embora haja potencial, é necessário investir. A massificação pode arruinar a autenticidade das regiões e a desertificação pode ser impossível de reverter. A identidade cultural, o património histórico e natural são tesouros valiosos que devemos divulgar, mas preservando-os na sua essência. Passadiços, baloiços e pontes suspensas podem ser a moda do momento para um público ansioso por entretenimento instantâneo, mas é improvável que sejam sustentáveis a longo prazo.

Não pretendendo interferir em questões políticas regionais, estamos, no entanto, atentos à coesão territorial e à fixação de agentes económicos e culturais, que são desafios importantes para a próxima década. Nesse sentido, o Lagar do Avô pretende ser um exemplo de preservação e divulgação da cultura local, contribuindo para o desenvolvimento sustentável e a valorização do património da região.